domingo, 19 de novembro de 2017

Entretenimento ou Formação?

Tenho tentado ficar longe das polêmicas virtuais ou reais, mas confesso que é um exercício diário e muito árduo! rsrsrsrsrs
Depois de diversas polêmicas nos grupos de mães dos quais participo  um deles me fez ampliar os horizontes e reflexões sobre  o mundo dos desenhos e entretenimento infantil.
A maioria das pessoas que me seguem por aqui, sabem que sou educadora, artesã e mãe de um garotinho de 2 anos e 8 meses, por quem viro bicho quando necessário, ou finjo demência como expliquei na publicação anterior.
O fato de uma mãe de um grupo ter levantado a polêmica sobre um determinado desenho e o impacto negativo que ele pode vir a ter nas crianças me fez sentar aqui e desabafar minhas constatações.
Primeiramente é importante identificar o quanto a televisão está presente na "formação" de nossos pequenos. E por que eu digo na formação deles e não na vida? Por acreditar que nós, enquanto família, por "Ns" motivos temos deixado, e aí me incluo nessa estimativa, nossos filhos muito tempo diante de uma televisão. Indiretamente transferimos algumas responsabilidades formadoras que não são dela e nem poderiam ser.
O desenho da polêmica da vez desse grupo em questão é o da imagem acima: Caillou. Um desenho canadense baseado na série de livros franceses pré-escolares escritos por Christine L'eurex e ilustrado por Hélène Desputeaus. Caiollou  foi, na obra inicial um bebê, portanto, careca, e por isso o nome.  Que em francês significa: careca. O personagem foi crescendo na obra. No desenho que foi lançado em 1997 ele começa a primeira temporada com 4 anos de idade e permaneceu careca, para que não perdesse a identidade inicial do personagem. O personagem de acordo com muitas mães do grupo, é birrento e mal educado. Outro ponto é que sua mãe é uma candura de ser humano, pois realmente não existe episódio nenhum que eu tenha visto em que a bendita perca a paciência ou altere o seu tom de voz. Mesmo quando o menino  apronta todas ou cisma que quer porque quer algo na hora.  Muitas mães relatam que ao assistir esse desenho suas crianças se transformaram.

E é aí que entra minha reflexão. O que nós enquanto mães esperamos de um desenho? Que o desenho ensine nossos filhos a agirem de forma correta??? Seria fantástico não é mesmo? Mas não é assim que funciona na maioria dos desenhos. Vou elencar alguns que me ocorrerem agora:

1) Pepa Pig, desenho queridinho das crianças menores: a personagem também é egoísta, ciumenta, exibida,  faz bullying e etc...
2) A Marsha e o Urso, um desenho russo que eu particularmente acho muito bem feito e divertido, por toda a referencia astística e cultural, mas a menina é totalmente sem lei, não tem limite algum e nem noção de certo e errado. Mas vamos lá, uma criança pequena, que em momento algum tem a presença de um adulto, nem no episódio da festa de aniversário que acontece na casa dela, ela mora em uma casa com uma cabra, cachorro e porco, visita diariamente um urso e brinca com dois lobos. De onde viria os seus bons modos??? E olha que o urso até alfabetiza a criança!!!
3) Dora Aventureira, gente o desenho é muito educativo, ensina sequências, noções espaciais, lateralidade, cores, amplia vocabulário, valores e ensina palavrinhas em inglês também, mas o que você enquanto mãe acha de uma criança pequena que sai todo dia pra uma aventura com uma mochila, um mapa e um macaco falante? Eu me preocupo!!! Vai que meu filho decide sair por São Paulo assim????
4) Sheriffe Callie é um caos de desvios de caráter, temos um cacto que finge doença pra ganhar atenção, um pato que rouba pimentas pra ganhar um concurso, um sub-xeriffe egocêntrico, os porcos mineradores que amam sujeira, uma  gambá que mente sobre um roubo pra não assumir que comeu as tortas de um outro concurso.

Esses são só alguns dos desenhos do momento, mas nossa geração cresceu vendo turma da mônica e chaves que também tem seus prós e contras. O ponto em que eu quero chegar é: o problema não está no desenho em si e sim em como o desenho chega até os nossos pequenos.

Enquanto mãe eu sempre assisto aos desenhos antes de apresentar ao meu filho e quando não é possível, e nem sempre é, mas estou por perto, mesmo que só de ouvido por estar realizando alguma atividade próximo a TV e sempre que necessário tento intervir. Mostrando que alguma atitude está incorreta e que não podemos fazer isso com as pessoas.

E nisso entra o outro pilar da minha reflexão: O que eu realmente vejo de prejudicial no mundo dos desenhos é que o erro é apresentado, atitudes incorretas também, mas as consequências das mesmas quase sempre não acontecem. Até acho interessante que algum personagem faça uma birra, que o outro minta ou algo assim para que a consequência disso também possa ser tratada.

O que eu percebo enquanto educadora é que as crianças estão crescendo achando que podem fazer tudo, que nada é proibido e mesmo quando é, e eles cometem os erros, nada acontece, ou pelo menos nada relevante ou que temam. E isso ao meu ver é bem mais preocupante.

Mas calma mamães, eu consigo sim perceber as coisas boas em cada um dos desenhos que citei aqui os pontos negativos e meu filho assiste a esses desenhos, menos Pepa, não mais. Não ponho por acreditar que existem outros melhores. Posso citar alguns que o meu filho assiste: Doutora Brinquedo, Daniel Tigre, Turminha Paraíso, Tomas e seus amigos, Robocarpoli, Patrulha Canina, Bob Esponja, Charlie e os números, Super Wings, Mundo Bita, Palavra Cantada, Tac Tacs, Canções da Fazenda e muitos outros e em todos existem os dois aspectos: positivos e negativos.

Nós precisamos é assumir o controle na formação dos nossos pequenos, é nossa responsabilidade e não da TV. Então eu interfiro sempre que julgo necessário e reforço as ações positivas, claro!

Pra quem está voltando a escrever agora, acho que me delonguei demais.
Até mais meu Brasil!!!!
Suyanne Correia Mendes

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