sexta-feira, 2 de julho de 2010

pois é... o tempo para, né Ju??

"Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicho, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro"

não estou contrariando o Cazuza, longe disso ídolo meu. mas o tempo pára sim. principalmente quando é o corpo que pede.

vida sem freio essa. se você não pára pra respirar, a cabeça explode. e explode mesmo, eu sei. e fecho a porta do meu quarto pra inspirar e expirar.

começa com você rodando o mundo igual peru sem saber aonde você está indo - andar igual fantasma por aí, sempre fazendo, sempre pensando, sempre arquitetando planos dignos de pink e cérebro. playmobil. quando a cabeça entorta, o peso é quase insuportável e você tem vontade de se enfiar num buraco, aí [e só aí] você pára. tá, tem gente que tá nem aí, tá de boa e "roda" pra isso. parabéns a eles, desculpaí. mas cada um com seu lema e limite. o meu é certo: o tempo tem que parar, de sempre em quando.

estamos sempre pensando, falando, andando, correndo, agindo, trampando, tomando decisões, amando, separando, ouvindo e o escambau. é massa estar na ativa, saudável pacas... pra mente. mas o corpo reclama quando você começa a almoçar na mesa do trampo, ou quando vc decide passar o dia com apenas um suco de laranja, quando você acorda às 3 da manhã sem sono, quando você não consegue ler a bula do seu remédio, quando você começa a desmarcar planos com seus amigos... ou quando vem o pânico de não saber exatamente o porquê do pânico. quando a distração toma conta e o core da vida é deixado de lado.. aí a gente corre pra alguém que dê o colo, a missa que dê o jeito, a rezadeira, a benzedeira, cartomante, vidente. a gente corre igual doido atrás do mantra que reestabeleça a nossa sanidade e energia. 1 hora de contato com o alívio imediato! passado isso, voltamos à nossa vidinha leviana e recomeça o loop.

quando tá tudo bem é uma beleza. quando a "água bate", ou o caminho entorta, a gente se desespera. ja dizia a Alhine, quando a água bate na bunda é que a gente aprende a nadar, pq ou nada meu povo ou se afoga!!!!!

a gente vê pouco, a gente é limitado desde criança a acreditar que a vida é só estudar, ir pra casa, trabalhar, casar, ter filho, impor o respeito, comprar coisas, falar grave e forte, e zilhões de coisas que escrevem no manual "Como ser gente".

mais dia menos dia a água realmente "bate", e pra onde você vai correr? pra onde você vai correr se você tem a consciência de que nós, ilimitados em sabedoria, temos tanto pra ver, e não vemos nada. nossa visão é curta e turva. enxergamos com um olho só. nossa visão é distorcida por nós, pelos outros, por pré-conceitos que muitas vezes nem entendemos ou questionamos, mas dizemos o "amém".

ter consciência do que se é e do que se pode fazer da própria vida é a resposa que a gente ganhou, sem querer querendo, quando o médico veio e deu o tapinha na bunda pra gente chorar.

"Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá
Pra dar amor"

- Nando Reis

PS: Texto da minha prima Juliana Correia

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