quinta-feira, 19 de agosto de 2010

feliz dia do ator...






Quanto pesa a alma de um ator?

"Quanto pesa a alma de um ator em cena?

Que momento é esse, tão breve, tão sublime comparado ao percurso da vida e a chegada da morte?

A vida é um susto!

Atuar não é um susto!

A cena é descrita através da composição de elementos inerentes a arte em que ela está estabelecida. Cinema, televisão. O ator, a atriz, flutuam por este espaço imaginário e concreto ao mesmo tempo sem “tempo”, nem escolhas. Escorrem por entre suas vísceras o instante pleno da verdade criada para aquele “instante”. Ou seja: sustentam o quanto podem a vida que lhes foi permitida, e quando a morte se aproxima é notório que tudo isso foi em vão.

Essa é a missão. A sustentação disto é puro sonho de criança adormecida.

Começar para ruir. Viver para a morte. Atuar para esquecer.

O apego excessivo leva a loucura. Acreditar numa vida após “essa” morte é vão.




IMPULSO E BREVIDADE

Tão breve quanto os impulsos - campo fértil para o ator que transcende – é a brevidade que nela consiste. Esses dois fatores tendem a produzir os espasmos necessários para o corpo e a alma deste ator pleno entender a imersão do mergulho ao mais profundo de sua natureza “humana”. Uma vida natural que explode diante das câmeras, mas que simula a real, cotidiana, pura e por vezes, banal. Ela confunde e inquieta de tão intensa e impactante que é. E os impulsos da vida e sua brevidade inerente dão ao momento poético “do ser outro” a mesma violência calada e seca que segundos após a morte para sempre trará.

Talvez não aceitemos a morte como parte da vida.

E desejemos escondê-la de nossos olhos e de nossos pensamentos.

Mas atuar é morrer. No pequeno instante entre o “a” e o “ta”.
"


texto de: Luiz Mario Vicente






beijokas a todos que se identificam com a loucura de ser artista...
Suy

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