terça-feira, 19 de maio de 2009

18 de Maio: Dia Nacional da Luta Antimanicomial

"Há exatos 22 anos, em 18 de maio de 1987, a cidade de Bauru, em São Paulo, deu início a um movimento revolucionário no campo da saúde mental, que sempre permaneceu à margem das políticas públicas de saúde do país. Esse movimento, que já nasceu com espírito de luta, pretendia acabar com a pouca vergonha do desrespeito às pessoas portadoras de sofrimento psíquico, e levou para as ruas da cidade todos os profissionais de saúde, cobrando das autoridades providências para um projeto de reforma psiquiátrica no Brasil. De lá pra cá muitas mudanças aconteceram, conquistas e vitórias foram alcançadas no âmbito da reforma, e duas dessas conquistas se destacam entre as demais: 1. a garantia por lei de que os manicômios brasileiros seriam fechados, gradativamente, acabando assim com a chamada indústria da loucura, ao se evitar internações necessárias de pacientes psiquiátricos; 2. a Lei que instituiu a criação dos CAPS – Centro de Atenção Psicossocial como serviço alternativo de atendimento e aos pacientes com sofrimento mental, uma vez que nesses centros se busca resgatar a dignidade e autoconfiança dos usuários, através de um plano de tratamento que visa, acima de tudo, a inserção do paciente na comunidade, por meio de atividades desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar. Dentre as atividades desenvolvidas pela equipe destacam-se, além do atendimento médico, os trabalhos realizados nas oficinas terapêuticas, as atividades em grupos, o atendimento à família, e o apoio ao paciente nos projetos de inclusão. Mesmo com todas as vitórias alcançadas nesses 22 anos de luta, ainda nem está perto do que é necessário para que o doente mental conquiste o seu lugar na sociedade, seja reconhecido e aceito como alguém que precisa de apoio, carinho e, acima de tudo, de respeito e valorização para superar seus problemas. O Movimento Antimanicomial busca, acima de tudo, um atendimento humanizado na saúde mental, onde o respeito pelo paciente seja uma realidade, e não apenas palavras soltas. A lutados profissionais da área, enquanto cidadãos envergonhados, é pelo tratamento do paciente sem que ele seja retirado do convívio com a família, evitando, sempre que possível, a sua internação em hospitais psiquiátricos, entendida como instrumento de exclusão, violência e usurpador da dignidade humana, na medida em que transforma doentes em prisioneiros.


O texto foi retirado do blog da minha mãe (http://lorotasemarmotas.blogspot.com) que é assistente social e trabalha em um desses Caps, o da cidade de Marco. E hoje,19 de maio, estará realizando no próprio CAPS um mini-fórum com a participação de representantes de todas as unidades de saúde do município e secretários municipais, levantando questões e debates em torno da rede de serviços de saúde do município, com a pretensão de fortalecer cada vez mais as parcerias e mais ainda beneficiar os usuários da saúde.

Diga não a exclusão social!

Diga não ao preconceito!

Diga sim a dignidade!

Diga sim ao respeito!

Diga sim a liberdade!


Lembre-se: SEM SAÚDE MENTAL, TODO O RESTO VAI MAL.

2 comentários:

  1. Queridíisima! Obrigada por valorizar meu trabalho, postando aqui esse texto. Você realmente é tudo da Glos! Agora adivinha quem estava lá, aiás, trabalha lá em Marco, é médico de um dos nossos PSF...e quando soube que eu era tua mãe e do Sérgio Luis ficou todo feliz, falou que era muito teu amigo, e que tu eras a minha cara(como se o mundo todo não soubesse disso, rsrs), e que era muito teu amigo, e no final mandou um beijo pra ti e outro pro Serginho. Adorei ele, principalmente porque é raro médico de PSF se sentir confortável com o paciente psiquiátrico, e ele me pareceu até gostar da lida com esse tipo de paciente. E você me conhece: meus filhos e meus pacientes são minha razão de ser!kkk...enfim, pense num médico que gosta do meu paciente e dos meus filhos...já amo, né não? Um beijo, filhotinha.Te amo.

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  2. muiiiito bom o texto, muito lindo todo esse trabalho e luta! Deve ser tudo muito gratificante.

    eu to lutando pra entrar no serviço social, um sonho antigo q eu pretendo me dedicar muito a isso.

    Parabéns a sua mãe, é de pessoas assim que o Brasil precisa! A coragem dela de encarar a realidade da saúde mental e acreditar nas possibilidades, não tem preço!

    e é isso aí,
    não a exclusão social!

    bjO ;*

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